Plante & Cultive 1

Sementes de entusiasmo

Passado um mês do Dia da Árvore, em 21 de setembro, a EcoBrindes celebra com grande prazer a repercussão positiva de duas ações de distribuição de sementes realizadas em estradas do país, em virtude dessa data tão especial. O interesse do público criou um trânsito expressivo de elogios e agradecimentos em nosso blog, além de diferentes tipos de dúvida esclarecidos por nossa equipe. Trata-se de uma pequena amostra de como iniciativas voltadas para o envolvimento com questões ambientais despertam simpatia em parte considerável do público. A sustentabilidade é um assunto cada vez mais próximo da realidade de muitos.

Como é possível acompanhar pelo número de comentários no post “Germinação Experimental de Canafístula – peltophorum dubium”, de setembro de 2010, o procedimento de plantio inspirou vários usuários de rodovias administradas tanto pela concessionária Renovias quanto pela OHL. Com a distribuição de 20 mil unidades do Minicard com semente de canafístula em pedágios de suas estradas em São Paulo, a Renovias preocupou-se com a cultura por trás do brinde. Daquelas sementes nascem árvores de florescimento decorativo muito utilizadas na arborização urbana Brasil afora. Com alturas que vão de 15 a 40 metros de altura, a ampla copa da canafístula produz belas flores amarelas.

A quantidade de Mini Kits de Plantio Cristal distribuída também em seus pedágios pela OHL foi sete vezes maior. Os 140 mil kits também foram entregues no embalo do Dia da Árvore para presentear os motoristas do Sul e Sudeste, que também tiveram acesso a várias atividades ligadas à Semana Nacional do Trânsito de 2011, promovida pelo Denatran. As atividades envolveram campanhas e palestras voltadas principalmente para a segurança no trânsito e a saúde dos usuários dos sistemas viários mantidos pela OHL.

As dicas de plantio difundidas nessas ações, assim como em nosso blog, permitem o ciclo virtuoso da ação, pois este é o verdadeiro fechamento “sustentável” das campanhas. A EcoBrindes oferece algumas criativas opções de brindes que contém a sementes na linha Plante & Cultive. Entre eles estão os Eco Cards, os Eco Folders, os Eco Postais, os Eco Sachês, os Kits Ecobox, os Kits Ecopack além de vários formatos de Papel Semente. Vale conferir esse produtos para futuras ações promocionais. O prazer de cultivar hábitos que respeitem o meio ambiente pode brotar de uma simples semente.

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Recicl@tesc 1

Reiniciando o computador em modo sustentável

Uma das maiores preocupações do mundo atual no que tange a reciclagem de produtos é o que fazer com o lixo eletrônico. Numa sociedade que pede cada vez mais rapidez, recursos e portabilidade em computadores, celulares e aparelhos afins, a quantidade de descarte de equipamento ainda em excelentes condições funcionais é fenomenal. Eis o resultado da cultura de obsolescência programada e da enorme pressão empregada por todas as mídias para a aquisição de produtos de última geração, que são lançados quase semanalmente. Entre as mais novas iniciativas para encaminhar essas máquinas ao fim do seu ciclo produtivo e de uso está a Recicl@tesc, ou Reciclagem Tecnológica de São Carlos.

Criado em 2009, o projeto elaborado em parceria de pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), do programa Rede Social de São Carlos do SENAC, da instituição assistencial a crianças e adolescentes Nosso Lar e da Prefeitura de São Carlos faz um precioso esforço no caminho inverso. Os equipamentos doados são remanufaturados ou recondicionados para então serem vendidos ou também doados a escolas e organizações sociais, além de propiciar a capacitação em remanufatura de profissionais de montagem e manutenção de computadores.

Dentro da tônica de reduzir, reutilizar e reciclar, quando o equipamento não pode ser recuperado, ele é desmontado e suas peças são vendidas a empresas certificadas para o reaproveitamento ou reciclagem. Tudo isso permitiu que o projeto Recicl@tesc recebesse no último dia 11 de maio o certificado de descarte ambiental correto emitido pela empresa Vertas, que atende os termos da Lei Estadual nº 13.576/09 ao demonstrar a sustentabilidade ambiental, social e econômica do projeto.

Um levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) concluiu que o Brasil é o país emergente que mais gera lixo eletrônico. Os resíduos eletrônicos trazem componentes perigosos para o meio ambiente e o ser humano, por conterem metais pesados e tóxicos como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, que podem contaminar os lençóis freáticos sob o solo dessas áreas.

Ainda que exista a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que regulamenta o descarte desses equipamentos em áreas específicas, atrelando a responsabilidade aos fabricantes desses produtos, na prática boa parte deles acaba em lixões e aterros em condições irregulares no Brasil, ou até tem componentes exportados em condições precárias, em geral para a China e a Índia. Trata-se de um problema sério, amplo e desafiador, mas que com iniciativas como as da Recicl@tesc, pode ser diminuído e, se não eliminado, ao menos equilibrado no princípio de sustentabilidade. Uma alternativa que a EcoBrindes só poderia apoiar.

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Canafístula

Parabéns à nossa Canafístula!

O início da primavera coincidiu com a marca de um ano desde que plantamos as sementes da nossa própria Canafístula. Temos muito a comemorar. O primeiro aniversário mostra como esse período já é suficiente para que a plantinha adquira formas próximas às da planta madura, ainda que em miniatura, e prova a qualidade das sementes que a EcoBrindes comercializa. Galhos e folhas são um belo prenúncio comparável a um bonsai de um futuro grandioso que aguarda as árvores dessa espécie.

Plantada para ter seu crescimento acompanhado por nós, ela homenageia o Dia da Árvore (21 de setembro), mas serve o ano inteiro como um belo convite a quem deseja viver a experiência de plantar e cuidar de uma árvore. Quando madura, a Canafístula alcança de 15 a 40 metros de altura e exibe uma bela e ampla copa, além de ficar repleta de flores amarelas. Se você quer dar vida e proporcionar bons cuidados a uma planta, vale conferir as opções de sementes em eco sachês ou mudas de árvores disponíveis em nosso site.

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Sucatinha 2

Diversão e arte

Reciclagem é uma necessidade cada dia maior, mas a seriedade com que ela deve ser encarada não impede que aqueles que já se conscientizaram de sua importância criem maneiras lúdicas e divertidas de exercitar e difundir esse prática. É o caso das artistas plásticas Alessandra Maiello e Camila Di Giácomo, de São Paulo. Formadas pela Universidade de Belas Artes, elas são as responsáveis pelo Ateliê Sucatinha de Luxo, instalado numa casa no bairro de Pinheiros, na capital paulista. Através de oficinas e cursos para crianças e, em breve, também para adultos, elas encontraram uma maneira criativa e inusitada de compartilhar conhecimentos sobre história da arte, música e literatura enquanto ensinar cuidados com o meio ambiente.

Os temas dos cursos e oficinas variam bastante, ainda que sempre voltados para o universo da arte. Entre as atividades, as crianças podem aprender a fazer colagens, customização de peças, pinturas, sendo que entre as matérias-primas mais recorrente estão sucata ou material de reciclagem, como PET, jornal e até antigos discos de vinil.
A EcoBrindes só poderia apoiar um ideia como essa. As atividades duram em média duas horas. Os pais deixam as crianças no ateliê e voltam para buscá-las após o término da atividade ou participam de outras oficinas criadas especificamente para pais e filhos atuarem em conjunto, estas tendo uma hora de duração.

Outra atração que o Ateliê Sucatinha de Luxo oferece é levar a brincadeira das oficinas para as festas de aniversário
infantis, um tipo de atividade com um viés educativo de consciência e responsabilidade social, não meramente consumista. Caracterizadas de acordo com a ideia que for definida, Alessandra e Camila podem propor narração de histórias, oficinas de arte e até mesmo levar a decoração das festinhas, com temas outros além dos personagens de desenhos animados. Elas normalmente chegam uma hora antes do início da festa para montar todo o mobiliário do mini-ateliê e trazem aventais e materiais a serem usados. Só vão embora com o fim da festa. As peças confeccionadas pelas crianças costumam virar lembrancinhas para os convidados.

Eventos de empresas em que os filhos dos funcionários participem também podem ser atendidos pelo Ateliê. Os preços variam de acordo com a proposta, mas, como referência, a narração de história custa cerca de 400 reais, a decoração de mesa, cerca de 600 reais e a oficina de arte cerca de 1500 reais.
O Sucatinha de Luxo só trabalha com um máximo de 50 crianças por vez ou até 150 em sistema rotativo, quando existem outras atividades para as crianças se revezarem.
Agora, com a nova sede em Pinheiros, cursos de arte para adultos estão sendo preparados. Já há dois previstos: Mandalas e Divas.

Camila vai ministrar o curso Divas, em que o tema será trabalhado com papel marché. A proposta é confeccionar uma diva de sucata, mas com o apoio de uma pesquisa de época para caracterização da personagem e sua história.
O curso de Mandalas ficará a cargo de Alessandra, que vai explorar o desenho de Mandalas, a partir dos conceitos desenvolvidos pelo psiquiatra e psicanalista suíço Carl Jung de que as elas despertam o indivíduo para o autoconhecimento, mas também de noções básicas de desenho geométrico e técnicas de cores. As oficinas para adultos devem ter início em outubro e custar cerca de 450 reais, com material incluso. O Ateliê Sucatinha de Luxo fica na Rua Mourato Coelho 451, Pinheiros. Os telefones para contato são (11) 8567-5291 ou (11) 9251-1363.

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Joanninha 1

Consciência que vem de berço

A formação de cidadãos familiarizados com as práticas sustentáveis e o respeito ao meio ambiente e à sociedade dificilmente começa na vida adulta. Com uma infra-estrutura cada vez mais ampla e uma quantidade de produtos e serviços cada vez mais sintonizados com a consciência socioambiental, nada mais natural do que começar a incutir valores modernos de consumo em nossos filhos e demais crianças da família ou as dos nossos círculos de amigos. É nessa linha que segue a proposta da Joanninha, espécie de brinquedoteca virtual paulistana que aluga brinquedos educativos.

 A filosofia por trás da ideia do projeto das sócias Alessandra Piu Sevzatian e Anna Fauaz é a de apostar na qualidade, variedade e quantidade de brincadeiras da infância como elementos essenciais para o  desenvolvimento físico, psíquico, intelectual e emocional de toda criança. Qualidade ser citada em primeiro lugar nessa lista indica a preocupação com o consumismo exagerado dos dias atuais, o que inclusive leva alguns a defender o fim da publicidade de produtos voltados para crianças, dado o despreparo delas para tamanha frustração de não terem tudo que desejam, de constantemente se entendiarem com o que têm e criarem novos desejos.

 A Joanninha se propõe a tirar o foco da posse do brinquedo e levá-lo ao prazer lúdico de imaginar mundos e criar fantasias, já moldando desde cedo na criança e seus amiguinhos – assim como pais e familiares – valores positivos e sociais como companheirismo e cidadania. A começar pela ideia de não vender, mas sim alugar os brinquedos, incentivando o reuso e o consumo compartilhado. Uma vez que a criança se canse do brinquedo e o bote de lado, ele continua disponível para entreter outra criança, em vez de ficar jogado num canto de armário ou baú. É sustentabilidade que vem de berço para uma nova geração em formação, uma geração com chances de ser muito mais de cidadãos que de meros consumidores.

Para a Joanninha o que importa é a brincadeira que o brinquedo proporciona, não a aquisição do mesmo. E isso começa pela escolha dos itens. Cada brinquedo tem um peso em Joanninhas. Pais ou responsáveis só precisam escolher os brinquedos que mais atraírem a criança e proceder no esquema tradicional de uma compra online, adicionando itens a um carrinho e finalizando o pedido. Faz-se um cadastro, escolhe-se um plano de assinatura (renovado automaticamente todo mês) com as Joanninhas equivalentes ao pedido e faz-se o pagamento.

São 41 opções de brinquedos para crianças de até um ano, 76 para as de um a dois anos, 138 para as que tem de três a seis anos de idade e 90 brinquedos para as de sete até doze anos. O frete é gratuito e a entrega é feita em até cinco dias úteis. O prazo de devolução é estabelecido pelo cliente. As noções de sustentabilidade também estão presentes nos materiais dos brinquedos da Joanninha. Há um cuidado especial com os fornecedores e os brinquedos são predominantemnete feitos de madeira de reflorestamento, bambu ou outros materiais duráveis. Na pintura deles são usadas tintas atóxicas.

Inicialmente, a Joanninha atenderá apenas São Paulo e Alphaville, mas sua idéia já indica um caminho mais sadio para a relação dos pequenos com seus pertences e seus desejos. É possível inclusive alugar os brinquedos para datas específicas, como festas e outros tipos de eventos envolvendo crianças. A Joanninha oferece pacotes especiais para casos mais específicos. E a EcoBrindes oferece seu incentivo a práticas como essa, que coloquem na prática a máxima de que tão importante quando deixar um planeta melhor para nossos filhos é deixar filhos melhores para o nosso planeta.

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Matilha 4

Vários tons de verde

Centro cultural independente e sem fins lucrativos, a Matilha Cultural reúne profissionais de diversas áreas com projetos e atividades criados para apoiar e divulgar produções culturais e iniciativas socioambientais do Brasil e do mundo. Localizada na região central de São Paulo, a Matilha organizou um mês inteiro de atrações multimídia e gratuitas voltadas aos principais conflitos sócio-ambientais brasileiros de 2 de setembro a 2 de outubro, uma programação apropriadamente batizada de Setembro Verde. A edição 2011 já é a terceira do evento, o que comprova seu apelo.

Temas como o Código Florestal, a construção da usina de Belo Monte, cadeias de produção, a mobilidade em São Paulo, projetos e eventos organizados por critérios sustentáveis estão em pauta.
A ideia é incentivar ativismo e mobilização, pela divulgação de novos projetos e parcerias que promovam soluções para reduzir impactos ambientais. São painéis, fóruns, oficinas, exposição sobre campanhas, feira de trocas, shows, sorteio de ingressos para o SWU Music and Arts Festival, festas, happy hours, caminhada e mostra de filmes com 15 longas e seis curta-metragens.

Entre as muitas atrações para conferir, a mostra de filmes terá o lançamento nacional do filme “Às Margens do Xingu – vozes não consideradas”, com exibição seguida de debate. Este contará com a presença do procurador Felício Pontes, do Ministério Público Federal do Pará, e do professor Célio Bermann, do programa de pós-graduação em energia da USP. Os dois especialista analisarão aspectos técnicos, jurídicos e socioambientais reclacionados à polêmica construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Espalhando conscientização e iniciativa popular, na semana entre os dias 16 e 24 de setembro, a programação será levada para as ruas, com a Ocupação Vaga Viva
e a Vaga Viva, ambas no Baixo Augusta, e a Marcha Moving Planet, com concentração no vão livre do MASP. A Vaga Viva, por exemplo, propõe ocupar temporariamente vagas de estacionamento de carros como áreas de convivência social. E ainda há muito mais para aproveitar e se divertir.

Um mês inteiro para aprofundar o próprio conhecimento sobre questões socioambientais, para assistir belos espetáculos e interagir com pessoas sintonizadas pelos mesmos valores e interesses. A EcoBrindes só poderia incentivar os moradores e visitantes da capital paulista a conhecerem a programação do Setembro Verde da Matilha Cultural e participarem das atividades que mais lhes atraírem. A Matilha Cultural fica na Rua Rego Freitas, 542, em São Paulo e o telefone é (11) 3256-2636. O nome do centro cultural não é em vão. A entrada é gratuita, inclusive para cães.

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Coral Vivo 5

Futuro submarino

Quais serão os efeitos do aquecimento global na vida marinha daqui a 100 anos? O que as alterações químicas do oceano poderão infligir aos recifes de corais do nosso litoral e todo o ecossistema de que eles fazem parte? Para tentar prever e administrar essas mudanças, o Projeto Coral Vivo inaugurou no dia 23 de agosto uma estrutura chamada mesocosmo no Arraial d’Ajuda Eco Parque, em Arraial d’Ajuda, na Bahia. Trata-se do primeiro sistema desse tipo construído na América do Sul, uma iniciativa de intuito científico e preservacionista patrocinada pela Petrobras.

O mesocosmo compreende 16 tanque ligados diretamente ao mar – que fica a 500 metros dali -, cada um contendo espécies típicas daquela área do litoral baiano. Além dos recifes de corais, pode-se ver dentro deles de estrelas-do-mar a ouriços, algas calcárias, até micro-organismos. São poucos os países no Hemisfério Sul que dispõem de corais em seu litoral. Há 16 espécies conhecidas no planeta e toda elas correm o mesmo risco de corrosão com o aumento de temperatura e acidez do mar. Pesquisadores devem decidir em setembro quais espécies serão mantidas nos tanques nessa simulação de habitat.

Um dos principais riscos do aquecimento da água são as toxinas produzidas pelas algas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU estima que a temperatura dos oceanos pode se elevar de 2 e 4 graus Celsius até o ano de 2100. Como há algas que vivem dentro dos corais, os radicais livres eliminados por elas em decorrência desse fenômeno são tóxicos para a estrutura dos recifes. Dessa forma, as algas acabam sendo expulsas, mas sua fotossíntese, que sustenta os corais, faz falta e compromete o organismo destes e aumenta o risco de morte deles.

Essas alterações são um perigo para a biodiversidade atual da região. As pesquisas proporcionadas pelo mesocosmo são de fundamental importância para sua preservação. Já existem projeções de estudiosos que apontam uma queda de 0,3 a 0,4 no atual pH da água – em média, 7 – para daqui a duas décadas. Parece pouco, mas as consequências para a vida marinha podem ser expressivas. O esqueleto calcário dos corais corre risco de se dissolver com a maior acidez. A fauna associada ao recife, que vai de micro-organismos a peixes, pode ser comprometida e reduzida. Deformações em alguns organismos inclusive já vêm sendo percebidas pelos pesquisadores.

Dos ambientes a serem simulados nos tanques, há espaço para temperatura e pH iguais aos da água do mar de hoje em dia. Bombas captam a água do mar para uma cisterna e, por sua vez, a água é bombeada para os tanques elevados no chão a uma altura próxima à da cintura dos pesquisadores. Em tanques distintos, a temperatura e a acidez serão modificadas para testar a resistência dos organismos ali reunidos. Arraial d’Ajuda foi a localidade escolhida para o projeto por conta da riqueza de sua biodiversidade. Os turistas e estudantes das redondezas também poderão visitar o mesocosmo.

A Oceania já adota esse tipo de acompanhamento de seus recifes há anos, mas eles provavelmente se portarão de maneira distinta até por estarem sujeitos a alterações que não vão condizer com as do litoral brasileiro. O Censo da Vida Marinha contabiliza cerca de 230 mil espécies marítimas no planeta, mas há estimativas de existência de até um milhão. O Brasil abriga 9101 delas ao longo de sua costa, em grande parte crustáceos, moluscos e peixes. A EcoBrindes espera que toda essa espetacular biodiversidade possa, mesmo com as mudanças previstas, ser bem compreendida e preservada com os frutos do Projeto Coral Vivo.

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Bicicloteca 2

Pedaladas literárias, pedaladas literais

E a bicicleta continua se confirmando como um dos principais e mais criativos catalisadores das diversas iniciativas de sustentabilidade em grandes cidades cada vez menos tolerantes (felizmente) com trânsito e poluição. Uma das mais novas provas desse talento se chama Bicicloteca, projeto que o Instituto Mobilidade Verde, IMV, criou para levar livros a moradores de rua. Até 150 kg de livros podem ser transportados no baú acoplado a uma bicicleta adaptada como triciclo que circula pelas principais praças públicas da capital paulista como uma biblioteca itinerante.

A população de São Paulo pode doar livros na recém-reformada Biblioteca Municipal Mário de Andrade, nos bicicletários do Metrô e no Instituto Mobilidade Verde (Rua Bela Cintra 409 – Consolação). De lá, a Bicicloteca leva o que for arrecadado a locais como Praça da Sé, Praça do Patriarca e Vale do Anhangabaú. Sem esquema de empréstimo, os livros são doados aos moradores de rua. Como não é solicitada a devolução dos títulos, só fica combinado de que os livros também sejam doados por eles a outros moradores de rua após o término da leitura.

A  Bicicloteca é uma adaptação de uma ideia que já vem sendo explorada como um movimento independente em diversas comunidades brasileiras e estrangeiras. O intuito é levar cultura e lazer até cidadãos sem acesso a bibliotecas. A ação foi desenvolvida em conjunto com o Movimento Estadual da População em Situação de Rua. Por meio de uma solicitação formal, ONGs poderão solicitar ao IMV uma Bicicloteca, embora prefira-se aquelas que já atuem em comunidades sem acesso a biblioteca, em situação de risco, mas com condições de circulação do veículo e local seguro para guardá-lo.

O IMV ainda oferece treinamento para a abordagem das pessoas. Cada livro levado pela Bicicloteca contém um carimbo para lembrar ao leitor de também doá-lo quando terminar de ler, o que cria um ciclo de leitura permanente. Com apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o programa ainda prevê monitoramento das doações, assessoria jurídica e social e cadastramento das pessoas atendidas, para auxiliar na busca pelo paradeiro de desaparecidos, embora respeitando o direito do indivíduo.

Parelelo a isso, a prefeitura de São Paulo implantou a primeira Rota da Bicicleta no bairro do Brooklin, zona sul da cidade. Com 15 km de extensão, ela liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho com os parques Severo Gomes e Cordeiro. Diferente da CicloFaixa que é reservada ao ciclistas de domingo, ela pode ser utilizada em todos os dias da semana e em qualquer horário. O trajeto inclui vias de tráfego local, sem movimento intenso, ônibus nem caminhões.

Com os recentes acidentes envolvendo ciclistas noticiados pela mídia, todo o cuidado tomado com sua segurança é justificado. Para essas vias, a velocidade máxima regulamentada será de 30 km/h. Um total de 290 placas de sinalização e advertência e 390 m² de sinalização pintada no asfalto orienta motoristas e ciclistas. Inclusão social pela leitura, incentivo ao transporte limpo, economia de recursos públicos… Tantas vantagens num único mês de iniciativas socioambientais merecem os sinceros parabéns da EcoBrindes.

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Cyclehoop 1

Estacionamento de bikes

Enquanto a bicicleta é cada vez mais valorizada no Brasil e no exterior como transporte alternativo e limpo, a inglesa Cyclehoop desenvolve racks criativos para atrair mais pessoas para o ciclismo. De todos os modelos disponíveis, o que mais chama atenção é o ‘Car Bike Rack’, bicicletário montado numa estrutura que imita o perfil de um automóvel. Ele comporta dez “bikes”. A ideia é exatamente essa, mostrar que o mesmo espaço ocupado por um único carro – que tantas vezes transporta apenas o motorista – serve para que dez pessoas possam guardar seu meio de transporte.

Além da vantagem de tirar dez potenciais carros das ruas não raro congestionadas, o ‘Car Bike Rack’ ou ‘Car Shaped Bike Rack’ (rack de bicicletas em forma de carro) contribui muito para o problema da falta de vagas de estacionamento para carros na rua. A estrutura que remete à forma de um automóvel pode ser pitada de diversas cores, de modo a combinar com o local onde for instalado. E, por falar em instalação, a estrutura não é fixa, o que permite que ela seja remanejada entre locais sem maiores transtornos.

A Cyclehoop tem instalado o rack temporariamente em diferentes pontos de Londres, especialmente próximo a escolas, como experiência e exemplo educativo para as crianças. Com isso, ficará mais fácil testar a demanda e determinar os melhores pontos para uma eventual instalação definitiva. Atualmente, o ‘Car Bike Rack’ – que foi lançado no London Festival of Architecture de 2010 – já está instalado em caráter permanente em cidades como Dublin, na Irlanda, Almada, na Espanha e Helsingborg e Malmo, na Suécia.

De qualquer maneira, o rack é uma forma inteligente, necessária e criativa de incentivo ao uso da bicicleta em grandes centros urbanos congestionados e poluídos. Uma idéia de apelo e também costumeira da Cyclehoop, empresa em que designers e arquitetos projetam exclusivamente soluções para o estacionamento de bicicletas. Se ainda não se sabe de locais em que seus produtos sejam usados no Brasil, há sinais de que a receptividade para bicicletários como os da Cyclehoop iria além do público que utiliza esse meio de transporte cotidianamente.

Apesar de toda falta de infra-estrutura e do número crescente de carros nas ruas das grandes cidades brasileiras, algumas iniciativas vêm refletindo a demanda por um tipo de transporte que não emita poluentes e que colabore para a redução do trânsito. Cabe à boa e velha bicicleta o papel de protagonista nesta busca, como demonstram as recentemente inauguradas clicovia da Marginal Pinheiros e a CicloFaixa que une os parques das Bicicletas, do Povo, do Ibirapuera, Villa-Lobos e o futuro Parque Clube do Chuvisco em São Paulo. A EcoBrindes acredita que o ‘Car Bike Rack’ poderia ser outra bela iniciativa de estímulo na cidade. Ou a inspiração para outras equivalentes.

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Karo 3

Um brinde aos livros!

O que poderia fazer um bairro decadente ganhar vida nova e ainda virar exemplo de consciência ambiental? Existem várias opções, mas na cidade de Magdeburg, na ex-Alemanha Oriental, a renovação veio por meio de uma biblioteca a céu aberto. Mais que uma mera construção, a obra envolveu moradores da região, que ajudaram a dar as formas modernas e inusitadas ao prédio, que se destaca em meio aos do seu entorno. No entanto, nada supera a curiosidade da matéria-prima de suas paredes serem engradados de cerveja descartados após o uso.

Foram mais de mil deles. Orientados pela equipe de arquitetos do escritório alemão Karo, os moradores das cercanias do prédio no bairro de Salbke construíram com suas próprias mãos a biblioteca e, de quebra, ganharam uma bela aula prática de como é possível ser consciente, criativo e sustentável quando se busca uma alternativa aos métodos tradicionais de construção. São duas frentes de respeito ao meio ambiente e consumo criterioso de matéria-prima.

Além do sempre benéfico reaproveitamento de material, o projeto da biblioteca abriu mão de matérias-primas normalmente usadas na construção civil que são altamente poluentes. Material de demolição também foi usado no projeto e ajudou a reduzir os custos da obra. Nos subúrbios de Magdeburg eram comuns bairros repletos de fábricas abandonadas e terrenos baldios, como Salbke, no sudeste da cidade. Havia muito desemprego e vários moradores se mudavam para outras cidades.

O terreno triangular fica numa interseção da rua principal com a Blumenberger Strasse, onde ficava uma antiga biblioteca. Num primeiro momento, uma antiga loja junto a ele foi adaptada para servir de biblioteca. Já nessa fase começou a coleta de livros. Nascia ali a idéia de transformar o local em algo mais estimulante. Da mobilização dos moradores veio o apoio governamental e cerca de 20 mil livros arrecadados.

As obras tiveram início em 2005 e duraram até 2009. Hoje a biblioteca a céu aberto de Magdeburg funciona como um centro cultural para eventos comunitários, como peças teatrais escolares, shows de bandas jovens locais e leituras públicas. O projeto ainda inclui jardim e cafeteria. A ausência de teto e fachada eliminou a necessidade de ar condicionado, reduzindo também o consumo de energia elétrica.

O local fica aberto 24 horas por dia e é gerenciado pelos próprios moradores da região. Uma iniciativa em que a coletividade é incentivada de maneira tão participativa só poderia receber elogios da EcoBrindes. Mais do que a racionalidade ambiental, o projeto da Karo em Magdeburg mostra o quanto podemos nos envolver mais e melhor com as questões sociais que mais afetam o nosso dia a dia. Mesmo que seja a poucos quarteirões de casa.

Crédito das fotos: Imagem: Anja Schlamann / KARO Architecture

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