Greencycle 1

Filosofia ciclística

Desenvolvido por Paulus Maringka como tese de mestrado em filosofia na Auckland University of Technology (AUT), na Nova Zelândia, a Greencycle é uma bicicleta construída artesanalmente de um material para lá de inusitado. Seu quadro é confeccionado em nada menos que bambu. A curiosa ideia é mais que um projeto de produto. Até por seu teor acadêmico, ela compreende todo um sistema de transporte, uma forma de pensar o design e a produção de maneira sustentável que seu criador defendeu diante da banca de examinadores, após minuciosa pesquisa.

Esta envolveu consultas a designers industriais, engenheiros, fabricantes, investidores, bem como agricultores do terceiro mundo que adotam a bicicleta como meio de transporte predominante, de áreas como partes da China, Índia e África. Maringka considerou aspectos como cultura, habilidades, recursos naturais e tecnologia. O mestrando definiu que utilizaria materiais renováveis e habilidades de povos nativos para a produção de uma bicicleta, de modo a reduzir o impacto ambiental do processo.

A bicicleta de Maringka foi pensada para países pobres que dependem desse tipo de veículo para variados tipos de uso. Por questão de resistência, ela adota componentes complementares de aço, como garfo, guidão e rodas. Uma série de acessórios foi desenvolvida para atender as diferentes demandas dos potenciais usuários da bicicleta, mas também confeccionados com expertise e materiais de fontes sustentáveis. Entre eles estão cestos que ajudam no transporte de bagagem desses ciclistas.

Tudo foi desenvolvido de acordo com as demandas do público-alvo que compraria esse tipo de transporte, identificadas em onze estudos de caso. Quatro especialistas ajudaram a arrematar as demandas de modo a levar as informações apuradas a possíveis soluções. Mais que uma tese, o pesquisador levou dois protótipos da Greencycle para testes de campo num dos mercados-alvo, a Indonésia, de modo a ajustar características do produto e da logística de produção de acordo com a repercussão dos dois modelos.

A pesquisa propiciou uma abordagem verdadeiramente multidisciplinar que garantiu uma profundidade muito mais ampla que as metodologias de projeto habituais permitem. Um modelo de negócio planejado em torno da produção e uso da Greencycle torna o projeto ainda mais atraente. A EcoBrindes admira o modo como o uso desse meio de transporte, já tão ambientalmente promissor, pode ser tratado como uma verdadeira filosofia de vida para regiões carentes da Ásia e outros continentes. Uma visão de mestre mesmo!

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Matilha 4

Vários tons de verde

Centro cultural independente e sem fins lucrativos, a Matilha Cultural reúne profissionais de diversas áreas com projetos e atividades criados para apoiar e divulgar produções culturais e iniciativas socioambientais do Brasil e do mundo. Localizada na região central de São Paulo, a Matilha organizou um mês inteiro de atrações multimídia e gratuitas voltadas aos principais conflitos sócio-ambientais brasileiros de 2 de setembro a 2 de outubro, uma programação apropriadamente batizada de Setembro Verde. A edição 2011 já é a terceira do evento, o que comprova seu apelo.

Temas como o Código Florestal, a construção da usina de Belo Monte, cadeias de produção, a mobilidade em São Paulo, projetos e eventos organizados por critérios sustentáveis estão em pauta.
A ideia é incentivar ativismo e mobilização, pela divulgação de novos projetos e parcerias que promovam soluções para reduzir impactos ambientais. São painéis, fóruns, oficinas, exposição sobre campanhas, feira de trocas, shows, sorteio de ingressos para o SWU Music and Arts Festival, festas, happy hours, caminhada e mostra de filmes com 15 longas e seis curta-metragens.

Entre as muitas atrações para conferir, a mostra de filmes terá o lançamento nacional do filme “Às Margens do Xingu – vozes não consideradas”, com exibição seguida de debate. Este contará com a presença do procurador Felício Pontes, do Ministério Público Federal do Pará, e do professor Célio Bermann, do programa de pós-graduação em energia da USP. Os dois especialista analisarão aspectos técnicos, jurídicos e socioambientais reclacionados à polêmica construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Espalhando conscientização e iniciativa popular, na semana entre os dias 16 e 24 de setembro, a programação será levada para as ruas, com a Ocupação Vaga Viva
e a Vaga Viva, ambas no Baixo Augusta, e a Marcha Moving Planet, com concentração no vão livre do MASP. A Vaga Viva, por exemplo, propõe ocupar temporariamente vagas de estacionamento de carros como áreas de convivência social. E ainda há muito mais para aproveitar e se divertir.

Um mês inteiro para aprofundar o próprio conhecimento sobre questões socioambientais, para assistir belos espetáculos e interagir com pessoas sintonizadas pelos mesmos valores e interesses. A EcoBrindes só poderia incentivar os moradores e visitantes da capital paulista a conhecerem a programação do Setembro Verde da Matilha Cultural e participarem das atividades que mais lhes atraírem. A Matilha Cultural fica na Rua Rego Freitas, 542, em São Paulo e o telefone é (11) 3256-2636. O nome do centro cultural não é em vão. A entrada é gratuita, inclusive para cães.

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Coral Vivo 5

Futuro submarino

Quais serão os efeitos do aquecimento global na vida marinha daqui a 100 anos? O que as alterações químicas do oceano poderão infligir aos recifes de corais do nosso litoral e todo o ecossistema de que eles fazem parte? Para tentar prever e administrar essas mudanças, o Projeto Coral Vivo inaugurou no dia 23 de agosto uma estrutura chamada mesocosmo no Arraial d’Ajuda Eco Parque, em Arraial d’Ajuda, na Bahia. Trata-se do primeiro sistema desse tipo construído na América do Sul, uma iniciativa de intuito científico e preservacionista patrocinada pela Petrobras.

O mesocosmo compreende 16 tanque ligados diretamente ao mar – que fica a 500 metros dali -, cada um contendo espécies típicas daquela área do litoral baiano. Além dos recifes de corais, pode-se ver dentro deles de estrelas-do-mar a ouriços, algas calcárias, até micro-organismos. São poucos os países no Hemisfério Sul que dispõem de corais em seu litoral. Há 16 espécies conhecidas no planeta e toda elas correm o mesmo risco de corrosão com o aumento de temperatura e acidez do mar. Pesquisadores devem decidir em setembro quais espécies serão mantidas nos tanques nessa simulação de habitat.

Um dos principais riscos do aquecimento da água são as toxinas produzidas pelas algas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU estima que a temperatura dos oceanos pode se elevar de 2 e 4 graus Celsius até o ano de 2100. Como há algas que vivem dentro dos corais, os radicais livres eliminados por elas em decorrência desse fenômeno são tóxicos para a estrutura dos recifes. Dessa forma, as algas acabam sendo expulsas, mas sua fotossíntese, que sustenta os corais, faz falta e compromete o organismo destes e aumenta o risco de morte deles.

Essas alterações são um perigo para a biodiversidade atual da região. As pesquisas proporcionadas pelo mesocosmo são de fundamental importância para sua preservação. Já existem projeções de estudiosos que apontam uma queda de 0,3 a 0,4 no atual pH da água – em média, 7 – para daqui a duas décadas. Parece pouco, mas as consequências para a vida marinha podem ser expressivas. O esqueleto calcário dos corais corre risco de se dissolver com a maior acidez. A fauna associada ao recife, que vai de micro-organismos a peixes, pode ser comprometida e reduzida. Deformações em alguns organismos inclusive já vêm sendo percebidas pelos pesquisadores.

Dos ambientes a serem simulados nos tanques, há espaço para temperatura e pH iguais aos da água do mar de hoje em dia. Bombas captam a água do mar para uma cisterna e, por sua vez, a água é bombeada para os tanques elevados no chão a uma altura próxima à da cintura dos pesquisadores. Em tanques distintos, a temperatura e a acidez serão modificadas para testar a resistência dos organismos ali reunidos. Arraial d’Ajuda foi a localidade escolhida para o projeto por conta da riqueza de sua biodiversidade. Os turistas e estudantes das redondezas também poderão visitar o mesocosmo.

A Oceania já adota esse tipo de acompanhamento de seus recifes há anos, mas eles provavelmente se portarão de maneira distinta até por estarem sujeitos a alterações que não vão condizer com as do litoral brasileiro. O Censo da Vida Marinha contabiliza cerca de 230 mil espécies marítimas no planeta, mas há estimativas de existência de até um milhão. O Brasil abriga 9101 delas ao longo de sua costa, em grande parte crustáceos, moluscos e peixes. A EcoBrindes espera que toda essa espetacular biodiversidade possa, mesmo com as mudanças previstas, ser bem compreendida e preservada com os frutos do Projeto Coral Vivo.

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Prêmios 4

Prêmios estimulam práticas sustentáveis

Nada como um bom prêmio para nos validar ainda mais a consciência de que práticas voltadas para a coletividade e o meio ambiente valem o empenho. É com isso em vista que duas importantes premiações vêm reconhecer os méritos de quem trabalha pela causa sustentável. Estão abertas as inscrições tanto para o Prêmio Eco 2011 quanto para o XXV Prêmio Jovem Cientista.

Promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) desde 1982, o Prêmio Eco 2011 é voltado para as práticas sustentáveis inovadoras aplicadas com sucesso em empresas brasileiras.
As companhias interessadas em se juntar às merecedoras das 201 condecorações já entregues ao longo desses anos têm até o dia 8 de agosto para se inscrever pelo site. São duas as categorias.

Em Estratégia, Liderança, Inovação e Sustentabilidade serão consideradas ações mais amplas, que abranjam toda a empresa. Já em Práticas de Sustentabilidade serão avaliados projetos focados em setores específico da empresa. Companhias privadas e públicas de todos os portes podem participar do prêmio. Os ganhadores serão anunciados no início de dezembro.

Em sua vigésima quinta edição, o Prêmio Jovem Cientista é promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele visa dar reconhecimento para as melhores pesquisas desenvolvidas por estudantes do ensino médio e superior, assim como também de profissionais da área, cada ano com um tema próprio. O de 2011 é “Cidades Sustentáveis”. Quem quiser se candidatar deve se inscrever até
o dia 31 de agosto, pela internet ou pelos Correios.

O Prêmio Jovem Cientista se divide em quatro categorias: Graduado, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio e Mérito Institucional. Kits pedagógicos serão distribuídos nas escolas inscritas para incentivar a abordagem do tema em sala de aula. Os vencedores receberão prêmios em dinheiro e laptops de última geração. A EcoBrindes aguarda com entusiasmo a divulgação das inovações a serem apresentadas nas duas premiações.

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