Que a bicicleta é hoje o meio de transporte mais amigável ao meio ambiente todo mundo já sabe. De que ela é o principal meio de transporte no mundo, um mercado que deve consumir 40 milhões de unidades só este ano, poucos têm conhecimento. O que a canadense Daymak demonstra é ter a rara visão de prever que a energia produzida por cada ciclista durante suas pedaladas pode ser muito bem aproveitada, reduzindo exponencialmente o consumo de eletricidade por fontes tradicionais. Com sua nova Shadow Ebike, pedalar significa recarregar.
A empresa de Toronto, liderada pela empresária Yeg Baiocchi, é uma das que mais crescem no mercado verde daquele país. Especializada em bicicletas e scooters elétricas, a Daymak criou esse modelo com uma pioneira tecnologia wireless. Nada de cabos de freio ou de marchas, tampouco cabos para a propulsão elétrica, sejam eles para o motor, a bateria, a central eletrônica ou o acelerador. O que traciona a Shadow Ebike é uma central de comando chamada Daymak Drive, um sistema em forma de um disco grosso, mas compacto.
O motor pode ter 250W ou 350W, com limite de 500W. Ele fica todo contido no interior da roda da bicicleta de 26 kg, junto à bateria de lítio de 36V e ao carregador. A Shadow Ebike ainda aproveita a energia das frenagens da roda dianteira para recarregar a bateria, no mesmo esquema regenerativo já adotado em recentes automóveis estrangeiros. O freio traseiro é acionado com o pedal girado para trás. Embora seja capaz de alcançar 38 km/h, a Shadow Ebike tem velocidade máxima limitada a 32 km/h.
A autonomia puramente elétrica é de 20 a 25 km. Mas, como a proposta é pedalar pela a saúde física e pela redução no consumo de energia com o auxílio motor do próprio ciclista, ela pode se estender a até 40 km. A bateria precisa de um período de 4 a 6 horas para ser completamente recarregada em tomada, processo que pode ser repetido de 750 a 800 vezes. Um display de LED com dados do motor é opcional. E todo esse potencial pode ser utilizado de maneira cada vez mais inteligente, útil e prática ao praticante desse esporte ou ao usuário desse tipo de transporte.
Recursos opcionais e versões adicionais estão sendo desenvolvidos. Entre eles, compatibilidade para interagir com equipamentos eletrônicos portáteis como iPhone, Blackberry, Google Phone ou notebook. A ideia é que a força física despendida pelas pernas possa em breve carregar a bateria desses aparelhos cada vez mais presentes nas vidas de milhões de pessoas. Atualmente, a Daymak tenta estabelecer uma rede mundial de distribuição. A EcoBrindes mal pode esperar para ver esse tipo de bicicleta nas ruas brasileiras. Ou um modelo que só aproveite a energia produzida ao pedalar, sem uso de eletricidade de outras fontes. Agora, a tecnologia para isso está mais próxima.